Neste 20 de março, comemoramos os 68 anos da fundação do maior movimento jovem, católico, na cidade de Santa Maria de Belém do Grão Pará, capital paraense,
Belém, também conhecida como a cidade das mangueiras frondosas e ornamentais, de
muitas vias públicas, que sombreiam e suavizam o forte calor desta terra Mariana, por
assim, dizer.
Antes de tudo, queremos fazer uma pausa, silenciosa, em homenagem póstuma aos nossos
irmãos franciscanos, que já se encontram na morada eterna, na Glória de Deus.
Colaboração de um antigo jovem franciscano:
MARÇO NEFASTO
Homerval Ribeiro Thompson Teixeira
Acadêmico da APL , cadeira 12.
O mês de março deste 2022, ano em que a Rússia invadiu a Ucrânia e matou pessoas inocentes, foi um mês mau para com àqueles que, por convicção, julgam-se remanescentes da Associação da Juventude Franciscana e que em sua adolescência, foram participantes ativos. Lembro que a associação foi criada em 20 de março de 1954, por um jovem frade capuchinho, recém-chegado ao Brasil e que veio servir em Belém do Pará, no Santuário de São Francisco de Assis, situado no bairro de Santa Isabel do Guamá, na época. Como todo jovem, idealista por formação, o frade atirou-se com todo o ânimo à sua criação. Deu-se tanto que contagiou, espiritualmente, todos àqueles que dela faziam parte.
A organização oferecia aos seus associados tudo o que um jovem, daquela época, necessitava para ser feliz, além de uma formação ética religiosa, formadoras do caráter e da personalidade. A estratégia adotada por seu criador, Frei Alfredo de Como, fez com que a Juventude Franciscana se agigantasse na paróquia de São Francisco de Assis e, em pouco tempo, viesse a suplantar todas as suas congêneres. Tal como a marca de fogo, o ideal franciscano alojou-se nas almas dos que fizeram parte da JF, como também era conhecida entre os associados. Mas voltemos ao mote desta crônica. Dizia eu que o mês de março foi mau para àqueles ex- jovens franciscanos. O leitor, de imediato, poderia perguntar-me, por quê? E eu, também de imediato, lhe redarguiria: o terceiro mês do ano, num espaço de três dias, ou melhor, num espaço de setenta e duas horas subtraiu, o já reduzido número de remanescentes da saudosa Associação da Juventude Franciscana e nos impôs o luto.
Vejamos os fatos: Em 8 de março, no dia internacional da Mulher, perdemos Getúlio Sócrates. No dia 10 foi-se o Augusto – China e no dia seguinte, em 11 do nefasto mês foi a vez de Pedro Mendes nos deixar. Três mortes em menos de uma semana. Choramos as perdas como um bebê o leite, pessoalmente, em mensagens pelo whatsApp ou em velórios, abrindo espaço para que a ansiedade passasse a nos acompanhar. Sofremos na perda do próximo e isso nos temos certeza. Mas, examinando mais profundamente o ocorrido, algo me chama a atenção; o fato de neste março belicoso, uma irônica coincidência de ser o mesmo em que a associação foi criada e também o que mais ceifou vidas de nossos irmão franciscanos.
Para aquele leitor que consulta a astrologia e nela acredita, convém lembrar que as previsões convergem para a seguinte recomendação: O início do mês marcará a possibilidade de transformação e favorecerá as mudanças. Será um período favorável para a conexão com a espiritualidade.
No entanto, será preciso ter cuidado com possíveis enganos. Também poderá haver desafios e rupturas nos relacionamentos. Analisando a recomendação, o final do período me chama a atenção. E aí me surge a pergunta: Pode haver maior ruptura em relacionamentos que a morte? Não! E foi ela a responsável pela redução do número de ex-jovens franciscanos que ainda mantêm o ideal semeado por frei Alfredo. Na verdade o contingente vem diminuindo, ano após ano, o que faz parte da lógica da vida, eu compreendo. Lembro que em 1993, frei Alfredo retornou a Belém e aqui foi festejado com carreata, missa e outras atividades festivas o que ocasionou que os ex-jovens franciscanos voltassem a reunir-se, uma vez por ano, sempre mo mês de março, para comemorar o aniversário daquela instituição seráfica e sempre no lendário Salão Bento XV.
A comemoração só foi suspensa em 2020 e em 2021, em função da pandemia do Coronavírus (COVID 19).
Finalmente resta-me uma pergunta aos sobreviventes de tão singelo movimento cristão: Quantos éramos quando começamos as comemorações lá, em 1993 e quantos somos agora, depois da pandemia e outros atropelos da história?
Apesar dos sentidos desfalques comemoramos neste 20 de março de 2022, os 68 anos de fundação de nossa Juventude Franciscana, sem festa de confraternização por causa do Coronavírus. Se Março reduziu nosso contingente, consolemo-nos, pelo menos, com a frase final da oração de São Francisco: É morrendo que se vive para a vida eterna.
Feliz aniversário, Jufra!
Mosqueiro, 17/03/2022
MISSA EM AÇÃO DE GRAÇAS - CONVITE
Convidamos os antigos jovens franciscanos e antigas moças católicas, para participarem da Santa Missa, em Ação de Graças, pela passagem do 68º aniversário de fundação da Associação da Juventude Franciscana (JUFRA), a ser celebrada na manhã de hoje, 20 de março, às 09:30hs, na Igreja de São Francisco de Assis (Capuchinhos).
Pela: Comissão Organizadora de Eventos dos Antigos Jovens Franciscanos - COE/AJF.